Lembra que eu estava meio na expectativa de como iriam ser as minhas aventuras ao voltar a ir trabalhar de ônibus no Itaim? Pois bem, já tem quase 1 mês que estou nessa e tem sido menos turbulento do que eu esperava que fosse.
De manhã tem sido tranquilo na maior parte das vezes e à tarde vou babando pra casa pois consigo lugar pra sentar. Isso, aqui em SP, é realmente um milagre.
Mas enfim, quando não estou lendo Los Angeles, fico observando as diversas figuras que fazem essas pequenas viagens comigo no dia-a-dia e encontro cada tipo que realmente mereciam um prêmio com categorias das mais variadas e absurdas: "Melhor pior música ouvida sem fone de ouvido", "Parabéns, você consegue fazer o ônibus inteiro participar da sua conversa", dentre outros infinitos que poderiam ser enumerados aqui. Claro, e uma foto deles recebendo o prêmio das minhas mãos.
Eu fico observando a comodidade das pessoas, a falta de respeito de algumas, o bom senso de outras poucas, as super produções, enfim, radar ligado a tudo que está acontecendo visto que é um pouco difícil quando consigo ler, pois quando não estou em pé, tem meia dúzia de gralhas do meu lado.
Um dos pontos altos são as Cinderelas. O que são elas? Sabe aquelas dondocas que estão sentadas num ônibus lotado, lá no fundo e só resolvem levantar para descer quando o ônibus está a 2 metros do seu ponto? São essas! Elas se levantam, se espremem para passar, resmungam porque está apertado, se irritam, nos irritam e quando vêem que não conseguirão descer, soltam aquele grito estridente e exigente "vooooooou desceeeeeeeeeeeeeeer!!!!". Eu apelidei de Cinderela porque elas pensam que estão numa carruagem, que o motorista é o empregado delas que está guiando os cavalos e elas precisam sair dali urgentemente antes que o ônibus vire uma abóbora gigante. Às vezes penso que isso deveria acontecer para elas chegarem cheia de fiapos alaranjados e cobertas de semente no trabalho, só pra aprender. Gente folgada. Mas apago na hora esse pensamento pois eu chegaria no trabalho assim também. Não gosto de pagar pela folga dos outros.
Confesso que tem mais coisas chatas do que coisas legais nas minhas viagens, mas uma que também me deixa indignado, é uma senhora que dá bom dia até para a catraca. Queria tanto acordar assim. Não sou um poço de mal humor de manhã, mas também não saio de casa jogando beijo pra todo mundo.
Mas ela deixa o dia de muita gente melhor, inclusive o dela.
E isso me estimula a tentar encarar o dia e acreditar que ele será produtivo.
Agora vou produzir. Ou tentar, pelo menos.
Bom dia à todos!!!